terça-feira, 13 de maio de 2008

O genoma de um enigma da zoologia


O ornitorrinco é o único mamífero que tem características físicas de répteis e de aves, fato que sempre foi um grande mistério para a comunidade científica. Agora os especialistas estão mais próximos de desvendar os mecanismos evolutivos desse animal, graças ao seqüenciamento de seu genoma, feito por uma equipe internacional de pesquisadores.

O mapeamento genético, publicado na revista Nature desta semana, revelou que a semelhança dos ornitorrincos com os répteis e com as aves não é apenas aparente. Ela também está inscrita em sua seqüência genética e determina diversos padrões comportamentais. Ainda que o genoma desses animais tenha o mesmo número de genes codificadores de proteínas dos demais mamíferos – aproximadamente 18.500 –, certos aspectos do seu DNA são diretamente relacionados a répteis e aves.

Isso fica claro em processos como reprodução dos ornitorrincos, que envolve a atuação conjunta de genes de répteis e de mamíferos, conforme descobriram os cientistas. A fêmea da espécie coloca ovos, mas possui igualmente genes que coordenam a produção de leite para a amamentação de seus filhotes.

Os ornitorrincos também têm genes associados a proteínas que compõem o veneno encontrado em esporas situadas nas patas dos machos. Os pesquisadores acreditam se tratar de herança de alguma linhagem de répteis que se perpetuou nesses mamíferos.

Em comum com as aves, em especial os patos, o ornitorrinco possui um bico e membranas natatórias em suas patas. Além disso, ele apresenta metade dos sensores de odores típicos de um mamífero. As aves também têm um número bastante reduzido de sensores desse tipo e, conseqüentemente, pouca habilidade para detectar odores.

Os ornitorrincos descendem de uma linhagem de mamíferos que, há mais de 166 milhões de anos, se desvinculou das demais e permaneceu com algumas das características dos répteis ancestrais dos primeiros mamíferos. Por isso, o seqüenciamento do genoma do animal também será fundamental para melhor compreender como ocorreu a evolução dessa classe ao longo do tempo.


Andressa Spata
Ciência Hoje On-line

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Quais são as causas do bocejo em humanos? São as mesmas para outros animais?


O bocejo é um fenômeno comum e caracteriza-se por ser um reflexo involuntário. Embora ainda não se saibam as suas causas, ele é um fenômeno evolutivamente antigo. Todos os mamíferos e a maioria dos vertebrados bocejam. Em situações de tédio, respira-se de forma mais lenta e, à medida que o nível de gás carbônico aumenta no sangue e a oxigenação nos alvéolos pulmonares diminui, uma mensagem é enviada ao hipotálamo, no cérebro, pedindo mais oxigênio.
De lá, são liberados vários neurotransmissores que induzem o bocejo e reações simultâneas em todo o corpo: a boca abre-se e a pessoa inspira uma grande quantidade de ar, que é enviado aos pulmões; os músculos alongam-se para melhorar a circulação; e a freqüência de batimentos cardíacos aumenta. Assim, a sensação de cansaço diminui e o corpo volta ao estado de alerta.
O bocejo seria então uma resposta à necessidade de uma respiração profunda para despertar o corpo e assim eliminar o excesso de gás carbônico no sangue. Bocejos podem ocorrer em atletas olímpicos nos minutos que antecedem à competição e em violonistas prestes a entrar no palco para executar um concerto.
Embora ainda não se saibam os mecanismos exatos envolvidos no bocejo, provavelmente estão relacionados a uma tentativa de relaxamento. Já autistas e esquizofrênicos, que vivem em um mundo psíquico isolado e distante do contato com outras pessoas, por razões ainda desconhecidas, não bocejam. Um dado curioso, cuja causa é igualmente desconhecida: quando um indivíduo boceja, outras pessoas também passam a bocejar.


Monica Levy Andersen e Sergio Tufik
Departamento de Psicobiologia,
Universidade Federal de São Paulo

sábado, 19 de abril de 2008

Morcegos


Os morcegos são mamíferos pertencentes à Classe Mammalia, e caracterizam-se por animais vertebrados, possuidores de corpo coberto de pêlos e que nutrem seus filhotes no início de seu desenvolvimento por leite secretado pelas glândulas mamárias das fêmeas. Classe Chiroptera. Algumas espécies já estão ameaçadas de extinção.

São os únicos mamíferos com capacidade real de vôo.
Apresentam hábitos crepusculares e noturnos e parte significativa das espécies orientam-se pela ecolocalização, emitindo sons de alta freqüência, inaudíveis ao homem, que ao esbarrar em algum objeto, retornam sob a forma de eco.
Os morcegos estão em quase todo o planeta exceto naqueles locais muito quentes ou muito frios e em algumas ilhas isoladas.

Principais abrigos de morcegos:
• nossas casas (forros, sótãos e porões, frestas nas paredes e marquises)
• construções abandonadas
• torres e forros de Igrejas
• cavernas e grutas
• túneis, bueiros e passagens de gado sob as rodovias
• silos
• pontes
• cisternas ou poços
• copas e folhagens de árvores e arbustos
• vão de dilatação de prédios
• ocos de árvores
• fossos de elevadores
• estábulos
• cachoeiras.

Os morcegos comedores de frutas, ou frugíveros, espalham sementes que logo se tornarão árvores, salvando desta forma nossas matas tão atacadas pela mão do homem.
Nas regiões de cerrado e florestas como a Amazônia e mata atlântica, os morcegos são os grandes responsáveis pelo reflorestamento, sem eles as florestas estão condenadas. Alguns morcegos se especializaram em comer pólen. Ao passear de flor em flor eles vão fazendo a polinização e criando vida.
Os carnívoros usam sua poderosa visão a ecolocalização e sons emitidos de suas presas para encontrar comida. Morcegos pescadores capturam suas presas dentro d'água e usam a ecolocalização durante a pescaria.
Os morcegos hematófagos se alimentam de sangue. Alguns de aves e pássaros, outros de grandes animais como vacas e cavalos.
Um bom e esperto morcego insetívoro pode devorar mais de 600 mosquitos por hora, fazendo assim um rigoroso controle de população.
Os morcegos comedores de frutas espalham sementes de centenas de espécies de árvores, contribuindo desta forma para a recomposição de nossas florestas e matas.
Uma variedade enorme de plantas depende quase que exclusivamente dos morcegos para e/ou espalhar suas sementes, perpetuando as espécies.
Há, pelo menos, 40 milhões de anos, eles se alimentam do pólen e do néctar das flores. A dieta, que pode ter se iniciado por acaso, faz com que esses animais contribuam para a regeneração das florestas e para a disseminação e distribuição de várias plantas.
Cerca de 250 espécies de morcegos dependem parcial ou totalmente das plantas como fonte de alimento. Para se ter uma idéia da importância dos morcegos, basta dizer que cerca de dois terços das angiospermas das florestas tropicais do mundo são polinizadas por eles.
Os morcegos apresentam uma gestação de dois a sete meses, dependendo da espécie. Os insetívoros têm um período de gestação de dois a três meses, enquanto que os fitófagos (frugívoros e polinívoros), em torno de três a cinco meses. O mais longo período de gestação pertence aos morcegos hematófagos, tendo uma gestação em torno de sete meses. Os filhotes (geralmente um por gestação) nascem sem pêlos ou com uma pelagem tênue.
O morcego em muitas espécies baseia-se na presença de um macho dominante em relação a um grupo de fêmeas. A monogamia ocorre em poucas espécies. A longevidade destes animais pode chegar a 20 anos no caso dos morcegos hematófagos e 30 anos para os morcegos insetívoros.
Os morcegos procuram abrigos que possuam condições que atendam suas necessidades de temperatura, umidade, luminosidade e acasalamento. Utilizam cavernas, frestas em rochas, forros e sótãos, porões, edificações, folhagens e copa de árvores e palmeiras para serem ocupados como abrigos.
A arborização urbana fornece abrigo nas copas e ocos das árvores, além de alimento através de flores e frutos. A iluminação da cidade atrai um grande número de insetos que são o alimento das espécies insetívoras.
Muitas espécies de árvores fornecem alimento para os morcegos fitófagos como, por exemplo, o abacateiro, amoreira, bananeira, café, figueiras, goiabeira, mangueira, sapucaia e outras.

Em caso de mordida ou mesmo um arranhado por morcegos faça o seguinte:
• lave o local com bastante água e sabão
• não mate nem jogue fora o animal
• procure orientação médica na Unidade de Saúde mais próxima de sua casa imediatamente
• ligue para o Laboratório de Animais Peçonhentos de sua cidade, isso é muito importante para você e para toda a comunidade, pois o morcego tem que ser examinado.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Substância promissora contra Chagas


Uma droga comumente usada para combater bactérias pode ajudar no tratamento de pacientes afetados pelo mal de Chagas. Compostos derivados da tiazolina, produto sintético obtido por via química, mostraram-se capazes, em testes in vitro, de inibir o parasita, sem desencadear efeitos colaterais severos. A pesquisa foi desenvolvida pelo farmacêutico Diogo Moreira, mestrando pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e teve a orientação de Ana Cristina Lima Leite e Dalci José Brondani, com a colaboração de Marcelo Zaldini e Valéria Pereira.
O protozoário Trypanosoma cruzi, causador do mal de Chagas, visto ao microscópio.
Os compostos testados pelos pesquisadores mostraram-se eficazes contra o protozoário parasita Trypanosoma cruzi, causador da doença, sem apresentar alta toxicidade a células de mamíferos. É a primeira vez que se realizam estudos sobre as propriedades antiparasitárias dessa substância.
A fase seguinte da pesquisa está sendo realizada, desde 2004, na unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Salvador (BA), com testes in vivo em camundongos. Ainda não há perspectiva de testes com seres humanos.
A depender dos resultados desses testes, os compostos derivados da tiazolina podem dar origem a uma nova droga contra o mal de Chagas. O único fármaco para combater o T. cruzi disponível comercialmente é o benznidazol. Esse composto é considerado bastante eficiente para tratar a doença durante a sua fase aguda, no início de sua manifestação. Ele já não tem a mesma eficácia, no entanto, caso a doença atinja sua fase crônica, quando ela se torna incurável.
Segundo Moreira, o benznidazol pode causar ainda uma série de efeitos colaterais logo no início do tratamento, como problemas hepáticos e renais e desregulação dos níveis de hemácias no sangue, o que pode levar muitos pacientes portadores da doença de Chagas a abandonar o tratamento. Além disso, muitos são reinfectados pelo T. cruzi, que pode adquirir resistência ao medicamento.

Terapia combinada

Moreira acredita que os compostos derivados da tiazolina estudados por sua equipe apresentam um grande potencial terapêutico, principalmente se forem usados em tratamento combinado com o benznidazol. “É possível pensar em uma aplicação conjunta dessas substâncias, para dificultar a ação de resistência do parasita, já que as duas atuam com mecanismos diferentes”, afirma o pesquisador. “A preocupação seria reduzir a dosagem do benznidazol, para minimizar os efeitos tóxicos, sem perder a eficácia terapêutica”.
O mal de Chagas é típico de paises da América Latina e do Caribe. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que entre 8 e 10 milhões de pessoas estejam infectadas pelo parasita no Brasil, principalmente nas áreas rurais. A doença é transmitida pelo barbeiro e, durante a fase crônica, um dos principais sintomas é a cardiomiopatia, aumento do tamanho do coração causado pela inflamação do tecido cardíaco.
Por ser considerada uma doença típica de paises em desenvolvimento, o mal de Chagas é renegado por grandes centros de pesquisa e indústrias farmacêuticas. Moreira acredita que iniciativas de pesquisas sobre o mal de Chagas são de extrema importância para se diminuir a sua incidência. "São emergenciais estudos que abordem a doença, seja ela voltada ao desenvolvimento de medicamentos, à descoberta de novas intervenções cirúrgicas ou ao levantamento do número de doentes no país", afirma o pesquisador.

Fonte: Ciência Hoje On-line

segunda-feira, 7 de abril de 2008

“Ocorrência de espécies de Callithrix spp. (primates, callithichidae) em uma reserva urbana: Parque do Ingá, Maringá Paraná Brasil”.


Na reserva urbana Parque do Ingá localizada na cidade de Maringá-PR, foi constatado a presença de representantes da família Callitrichidae, que são os menores primatas antropóides do mundo. Estes animais habitam geralmente florestas primárias ou degradadas e como são onívoros como qualquer outro primata logo, comem de tudo. As duas espécies encontradas no parque, a Callithrix jacchus e C. penicillata, mais conhecidos respectivamente como mico ou sagui-de-tufo-branco e mico-estrela ou sagüi-de-tufo-preto, foram introduzidas em várias matas no sudeste e sul do Brasil e se adaptaram muito bem, porém a espécie a Callithrix penicillata é nativa da região centro-oeste do país e a C. jacchus da região do nordeste brasileiro. Foram feitas observações no parque no período de 04 a 19/08/2005 e observações esporádicas em 2004 para avaliar o porquê das aparições destas espécies nesta área e os problemas que poderiam ocasionar devido a sua introdução nesse ambiente. Estes animais são trazidos de maneira ilegal para o comércio, sendo transportados como animais domésticos para atrações de zoológicos e concomitantemente para pesquisas biomédicas. Além destas duas espécies foram visualizados indivíduos considerados híbridos e comportamentos do tipo reprodução e disputa territorial. A espécie C. penicillata se adapta facilmente a qualquer ambiente, por isso a causa de animais híbridos no parque, pois esta espécie se intercruza com outras espécies do gênero Callithrix dando origem a animais de características bem diferenciadas da espécie verdadeira. Já com a introdução do C. jacchus, esta espécie é muito territorial logo, ocupa os nichos de outros animais da área do parque, havendo assim, competição pelo território e pelo alimento. Esta espécie trás problemas no sudeste do país, estes animais quando estão em grande número em seu grupo, viram pragas agrícolas, invadindo plantações principalmente de frutas e existe um problema bem maior, este pequeno primata é transmissor do vírus da raiva que pode com isso transmitir também a seres humanos. Conclui-se com isso que a interação destes animais com a comunidade, irá acarretar vários problemas principalmente na manutenção da diversidade de espécies do local e os problemas epidemiológicos no contato dos animais com os visitantes. Com isso, é necessário o manejo das espécies nesta área para que outros animais não corram o risco de se extinguir.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Não à caça aos bebês focas


Todo ano na Noruega e Canadá centenas de milhares de bebês-foca são mortos com apenas poucas semanas de vida. Seus pêlos brancos são valiosos para a confecção de luvas, casacos e outras mercadorias de luxo prioritariamente destinadas ao mercado europeu. Os caçadores matam as pequenas focas com pancadas na cabeça e retiram a pele no local, deixando o gelo coberto de sangue e cadáveres. Em 1976, o governo canadense respondeu com uma nova regulamentação chamada " Lei de Proteção às Focas", tornando ilegal qualquer protesto ou tentativa de impedir a matança de bebês-foca. Nos dias seguintes, os ativistas do Greenpeace se abraçaram a bebês-foca para impedir a ação dos caçadores, bloquearam navios de caça no mar gelado, e pintaram o pelo dos pequenos animais com uma tinta verde não tóxica para acabar com o valor comercial das peles. Entre 1976 e 1984, o Greenpeace realizou oito viagens para as geleiras canadenses. Em 1982, devido à pressão pública, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução contra a importação de peles de bebês-foca para países da Comunidade Européia. Tamanha restrição ao mercado foi suficiente para que o comércio internacional de pele de bebês-foca fosse extinto, pelo menos é o que dizem os maiores interessados no assunto, o Governo desses países.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

leia, informe-se e ajude


Nome vulgar: Onça Pintada
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Nome científico: Panthera onca
Nome inglês: Jaguar
Distribuição: Ao sul dos EUA, México, América Central e América do Sul (Noroeste da Argentina)
Habitat: Florestas e savanas
Hábito: Noturno
Comportamento: Solitário e territorialista
Longevidade: 20 anos
Maturidade: 3 a 4 anos de idade
Época reprodutiva: Durante todo o ano
Gestação: 93 a 105 dias
Nº de filhotes: 1 a 4 filhotes
Peso adulto: 36 a 158 Kg
Peso filhote: 700 a 900 g
Alimentação na natureza: Aves, Mamíferos
Alimentação em cativeiro: Carne


A onça-pintada (Panthera onca), também conhecida por jaguar ou jaguaretê, é encontrada nas regiões quentes e temperadas do continente americano. É um símbolo em nossa fauna. Os vocábulos "jaguar" e "jaguaretê" têm origem no termo guarani "jaguarete" e na mitologia maia, apesar ter sido cotada como um animal sagrado, era caçada em cerimônias de iniciação dos homens como guerreiros.
No Brasil, os índios guardam a gordura da onça abatida e comem com a ponta de uma flecha. Acreditam que ela lhes dá uma grande coragem. A gordura do animal é esfregada no corpo dos meninos, para torná-los fortes e protegê-los contra o mal.
A onça pintada é o maior felino das Américas. É parente próxima dos leões, tigres e leopardos. Seu habitat natural são as matas densas e as florestas tropicais. Como os tigres, as onças-pintadas são exímias nadadoras e até capturam peixes.
Uma condição genética, denominada melanismo, às vezes produz exemplares totalmente negros, ficando assim, conhecida como pantera negra ou onça-preta, essa variação faz parte dessa mesma espécie.
Se parece muito, à primeira vista, com o leopardo. Um exame mais detalhado mostra, contudo, que sua padronagem de pêlo apresenta diferenças significativas. Enquanto o leopardo apresenta rosetas menores mas em maior quantidade, as manchas da onça são mais dispersas e desenham uma roseta maior, algumas delas com pontos pretos no meio. O interior dessas manchas é de um dourado/amarelo mais escuro que o restante da pelagem.
Em sua alimentação é necessário cerca de pelo menos 2 kg de alimento por dia, o que determina a ocupação de um território de 25 a 80 km2 por indivíduo a fim de possibilitar capturar uma grande variedade de presas.
A onça seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas.
Mesmo sendo animais solitários, na época reprodutiva, as onças perdem um pouco os seus hábitos individualistas e o casal demonstra certo apego, chegando inclusive a haver cooperação na caça. Normalmente, o macho separa-se da fêmea antes dos filhotes nascerem. A mãe procura sempre um local parecido com uma toca para o nascimento. A gestação dura em torno de 100 dias e após esse período nascem os filhotes, geralmente dois, que nascem com os olhos fechados. Ao final de duas semanas abrem os olhos e só depois de dois meses saem da toca. Quando atingem de 1,5 a 2 anos, separam-se da mãe, tornando-se sexualmente maduros e podendo assim se reproduzirem.
A onça é uma excelente caçadora. As patas curtas não lhe permitem longas corridas, porém lhe proporcionam grande força, fundamental para dominar animais possantes como antas, capivaras, tamanduás e até mesmo jacarés. As vezes, estes felinos atacam e devoram grandes serpentes, tais como, jibóias e sucuris, mas isso só acontece quando a fome aperta e não encontram outra presa. Enquanto os outros grandes felinos matam suas vítimas, mordendo-as no pescoço, a onça o faz atacando-as diretamente na cervical, graças a suas mandíbulas poderosas, as mais fortes de todos os felinos e a segunda mais forte entre os carnívoros terrestres. Porém, esses felinos frequentemente matam animais como a capivara e pequenos macacos, mordendo lhes o crânio, sendo o único felino a fazer isto. A mordida de uma onça pode facilmente atravessar o casco de uma tartaruga. Apesar disso, a onça não se furta em comer pequenos animais se a chance lhe aparece.
Apesar de serem tão temidas, as onças fogem da presença humana e mesmo nas histórias mais antigas, são raros os casos de ataque ao homem. Como necessita de um amplo território para sobreviver, pode "invadir" fazendas em busca de animais domésticos, despertando, assim, a ira dos fazendeiros que a matam sem piedade. Por esse motivo, e sobretudo pela rápida redução de seu habitat, esse felídeo, naturalmente raro, ainda encontra-se a beira da extinção no Brasil.